O texto na sala da aula


“ Ai, palavras, ai palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta; (...)” (Cecília Meireles)


                 A nossa poetisa Cecília Meireles, autora desses belos versos acima, permite-nos reconhecer o poder das      palavras. Pequena ou grande, feia ou bonita, triste ou alegre, seja qual for a sua dimensão, elas nos rodeiam. E o único jeito de nos familiarizarmos com elas (as palavras) é através da leitura.

                A leitura está por toda parte, seja na escola ou mesmo fora dela. Ela é imprescindível para qualquer grau de escolaridade. E o professor que desejar ampliar o nível de conhecimento de seus alunos precisa, antes de tudo, buscar alternativas viáveis de leitura, se quiser alcançar um resultado satisfatório quanto ao aprendizado da língua materna. Desta maneira, estimular e preparar o educando para o contato com os mais variados tipos de textos, exige, portanto, o (re)conhecimento do professor sobre a importância da leitura.

                Os textos são diversos como, por exemplo: o jornalístico, o clássico, o poema, a letra de música, o didático, a propaganda, a narração, a dissertação, assim como diversos são os leitores. Mas como aprender com eles? Todo professor de língua portuguesa deve, naturalmente, indagar-se frente a esta pergunta, porque é ela que vai contribuir para que ele (professor) encontre meios de ajudar o aluno a tornar-se um leitor competente. 

                Mas quais passos seguir estando diante dos textos? Em primeiro lugar, é necessário que os textos sejam bem selecionados de acordo com a faixa etária dos alunos; em segundo lugar, a leitura deve ser bem dirigida para que o aluno leia de maneira correta, sendo capaz de (re)pensar criticamente sobre as múltiplas leituras de mundo, trazidas, sobretudo, pelos autores. E é nesta segunda etapa que os textos servirão como modelo para o educando - pois alguém só aprende a ler e a escrever com competência se a leitura e a escrita estiverem presentes em sua vida.

                E em terceiro lugar, oportunizar os alunos momentos para trocas de opiniões na sala de aula. Uma sugestão para essa atividade é fazer a troca de papéis. Ou seja, os alunos a partir do texto lido darão uma aula no lugar do professor - da seguinte maneira: todos lêem um texto, depois o professor assumirá o papel de coordenador e ajudará os alunos a desvendar o que está por trás das letras. Ele poderá, por exemplo, instigar perguntas a serem respondidas pelos alunos na hora da apresentação para o grande grupo. Por exemplo, se o professor quiser que os alunos ampliem seu conhecimento acerca do texto, poderá propor perguntas como: qual a ideia principal do texto? Quais foram as pistas que levaram vocês a essa conclusão? O que vocês aprenderam com o texto? Quais são as suas mensagens? Os alunos ainda ficarão à vontade para interferir e partilhar de interpretações diversas. Esta é uma atividade que permite o diálogo do aluno com o texto. Assim, ficará mais fácil para o professor perceber o que os alunos aprenderam sobre o texto, como também verificar o seu conhecimento de mundo - isto é, sua capacidade de contextualizar o que foi lido.

                Como disse (Uchôa, 1991,p. 76) “Leitor é aquele que, lendo um texto é capaz de discutir idéias, expor interpretações individuais e partilhar das experiências geradas pela incursão nos textos, em suma, alcançar o adentramento crítico da leitura feita”. Neste sentido, projetar o texto para além da aula de gramática é, sem dúvida, estimular o olhar do educando para a prática do pensar.

                O texto, portanto, é um riquíssimo material não só de pesquisa, leitura, estudo, aprendizagem, mas também imprescindível para o aprimoramento da linguagem. Porém, valorizar o texto na sala de aula e até mesmo fora dela, não é só trabalho para o professor de português, na verdade, cada professor deve incentivar e praticar a leitura com seus alunos - isto porque, o texto é um instrumento necessário e básico na interação entre leitor/mundo/realidade.

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